Neymar não vai jogar a Copa América, e isso causa um impacto técnico para a Seleção Brasileira. E causaria para qualquer seleção do mundo que perdesse um jogador da qualidade dele.
Mas, no amistoso contra Honduras, apesar da fragilidade do adversário, a Seleção de Tite mostrou que, sem sua principal estrela, o ataque ganha mobilidade e Coutinho pode crescer no meio-campo.
Para que Neymar tenha liberdade, é natural que os outros jogadores do ataque e meio-campo cumpram suas funções com menos liberdade criativa. É a tal “função tática” que Tite usou para comentar o desempenho de Gabriel Jesus durante a Copa do Mundo.
Contra Honduras, isso ficou claro no desempenho de Coutinho pelo meio e nas mudanças de posição de David Neres, Richarlison, Gabriel Jesus, Everton e Firmino, seja por orientação de Tite, ou nas movimentações naturais de construção de jogadas durante o jogo.
Não quer dizer, necessariamente, que o Brasil vai melhorar sem Neymar. Contra adversários mais fortes, por exemplo, muitas vezes a marcação mais atenta ao principal craque do Brasil acaba deixando espaços que os outros jogadores conseguem aproveitar.
Com as atenções divididas, as variações testadas por Tite no posicionamento dos atletas e as movimentações que eles demonstraram ter serão fundamentais para encontrar espaços nas defesas adversárias.
Ao que tudo indica, o Brasil inicia a Copa América com Coutinho pelo meio, Neres na esquerda, Richarlison na direita e Firmino mais avançado. A facilidade de Firmino para recuar, a qualidade de Richarlison na área, e movimentação de Neres pelos dois lados permitem a Tite uma série de mudanças táticas no ataque, mesmo sem alterar as peças.
Resta saber se o Brasil vai conseguir impor esse estilo na Copa América, como fez contra a fraca Honduras.